Uma das músicas mais tocados nesse carnaval foi “Jenifer” de Gabriel Diniz, um hit que, como chiclete, colou na cabeça dos foliões em todo o Brasil. Em Águas Belas não poderia ser diferente e todos nós, que passamos o carnaval na casa do pai do meu genro Evalto, também entramos no clima.
O meu netinho Lucca, de 06 meses de idade, que pela primeira vez frequentava a casa de veraneio dos avós, Evalto e Maria, também curtiu adoidado os quatro dias de folia. Para ele tudo foi novidade: trocar o apartamento da cidade pela praia, o barulho da metrópole pelo sussurro do mar azul como seus olhos, a poluição pela areia branca que se confundia com sua pele, a piscina e tudo mais.
Ele estava radiante e brilhava de alegria e felicidade ao ver tanta novidade e o amor e a camaradagem entre os convidados. Passava de braço em braço como a flutuar numa linda dança de salão. Da minha filha Lilia para meu genro Raul; da minha amada Marcilia para os amigos Ronan, Beto e Pedro. Logo depois terminava com Ana, Isabel, Cecilia e Tassia.
Lucca não estranhou ninguém, nem mesmo quando estava com sua cuidadosa mãe, minha filha Lívia, ou no colo da sua babá Isabela e alguém estendia os braços em sua direção. Tem quem ache que ele é parecido comigo e é meio trancado também. Digo que é só impressão. Ele só não é besta como o avô de sorrir por qualquer gracinha.
A festinha do seu “mesversário” de seis meses foi o ponto alto e sua fantasia de Batman quase o fez voar com o tremular de sua capinha impulsionada pelos ventos do mar bravio de Cascavel, que de longe assistia tudo. Os outros convidados, todos devidamente paramentados como super-heróis, abrilhantaram mais ainda aquele sábado gordo de carnaval.
Mas o que essa crônica tem a ver com a música “Jenifer”? Eu digo que nada, só que eu já tentei tirá-la da minha cabeça e ela insiste em não sair. Acredito mesmo que foi de tanto que tocou naqueles quatro dias. Quando isso acontece é melhor agir como o Lucca, que não resiste a mudar de braços dos amigos, entretanto só sorri quando lhe dá na telha.
Para concluir, o jeito é parodiar a música: O nome dele é Lucca / Eu encontrei ele em Águas Belas / Ele é lindinho e meu netinho / Que só sorri quando bem quer / O nome dele é Lucca / Eu encontrei ele em Águas Belas / Ele é lindinho e meu netinho / Que só sorri quando bem quer.
Arruda Bastos é médico, professor universitário, membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores e um avô apaixonado pelos seus netinhos.